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Sobre Guerra ao Terror e os peritos em cinema

Odeio críticos de arte da mesma forma que odeio café. Provocam enjôos, ânsia de vômito, são nojentos, fedem e me tiram o sono. Eu confesso que tenho particular repulsa por críticos de cinema. Não que eu acredite na superioridade textual, cultural ou intelectual dos entendidos de outras artes. Como sou um ignorante sobre qualquer outra forma de produção cultural, sinto-me mais confortável de confrontar os sábios da cinematografia mundial.

Agora deu para todos eles cuspirem revolta com a não vitória de Avatar no Oscar. Não entendo. Realmente não entendo. O Pedro Martins Freire (que acredita que Avatar é o maior filme da década) saiu jogando praga contra a Academia e profetizando o fim de Hollywood. O perito em vinhos Rubens Ewald Filho disse ter a Academia dado um “tiro no pé!”

Sim, senhores. A crítica que sempre cuspiu que a Academia nunca deu bola para a “arte” ou “qualidade artística”, agora se revolta com os acadêmicos que não consagraram a indústria. Não foi um tiro no pé da Academia. Foi um tapa na cara dos críticos. Vejam só: imaginem o que é prêmio que sempre honra grandes bilheterias (alimentando assim o ódio dos críticos) “repentinamente” considerar como melhor filme uma produção que TODOS os mesmos críticos disseram ser maravilhoso?

Então, os chatos se juntam e, numa virada suja, passam a defender fervorosamente o Oscar como prêmio da indústria. Vai entender...A vitória de Guerra ao Terror continua sendo um prêmio completamente americanóide. Não compreendemos esse “delírio coletivo” sobre Guerra ao Terror pelo simples fato de que não somos americanos.

Não haverá desmonte da indústria, não haverá uma recessão de astros, não haverá uma guinada para a produção independente. Nada disso. O Oscar é apenas uma dentre tantas outras peças que compõem o cinema americano. E posso garantir que bilheteria e arrecadação continuam sendo mais importante que qualquer prêmio. E disso James Cameron e seus produtores não podem se queixar.

Delírio coletivo é esse Avatar. Um encantamento tolo diante de uma nova técnica. Crianças abobalhadas com um brinquedo novo. Guerra ao Terror não é o melhor filme do ano, mas é infinitamente superior artisticamente a essa Sessão da Tarde criada por Cameron. Não é disso que vocês gostam, senhores críticos?

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